terça-feira, 2 de novembro de 2010

Relação Brasil e África

O samba brasileiro é Africano

O Samba é a principal forma de música de raízes africanas surgida no Brasil. O nome “samba” é, provavelmente, originário do nome angolano Semba, um ritmo religioso, cujo nome significa umbigada, devido à forma como era dançado.
Nos anos trinta, um grupo de músicos liderados por Ismael Silva fundou, na vizinhança do bairro de Estácio de Sá, a primeira escola de samba, Deixa Falar. Eles transformaram o gênero, dando-lhe os contornos atuais, inclusive com a introdução de novos instrumentos, como o Surdo e a Cuíca, para que melhor se adequasse ao desfile de carnaval. Nesta mesma época, um importante personagem também foi muito importante para a popularização do samba: Noel Rosa. Noel é responsável pela união do samba do morro com o do asfalto. É considerado o primeiro cronista da música popular brasileira. Nesta época, a rádio difundiu a popularidade do samba por todo o país, e com o suporte do Presidente Getúlio Vargas, o samba ganhou status de “Música Oficial do Brasil”.
Nos anos seguintes o samba se desenvolveu em várias direções: do Samba Canção às Baterias de Escola de Samba. Um dos novos estilos foi a Bossa Nova, criado por membros da Classe Médi, dentre eles João Gilberto e Antônio Carlos Jobim.
Em meados de 1998 surgiu uma tendência para o Samba que agora seguiria para a direção das influências das músicas caribenhas. Nesse tempo, bandas baianas e também cariocas lançaram novidades como o Samba-Reggae, hoje a principal vertente do Pagade Baiano. Assim, tanto o Samba de Roda quanto a Axé Music, estavam caminhando para a decadência e com pouca vendagem de discos. No início do Século XXI, em concorrência com a popularidade dos Pagodes Carioca e Paulista, o Samba-Reggae, um gênero originalíssimo, tem ganhado popularidade. Grandes bandas têm mantido o estilo, como: Olodum, Terra Samba, Refla, Cidade Negra e até o Só Pra Contrariar.
Atualmente o Samba é o gênero musical mais popular no Brasil e também popular em outras regiões do mundo como no Japão. Alguns artistas brasileiros como Nelson Sargento, Monarco e Wilson Moreira, produzem Samba para japoneses.

 Kataliny Azzolini



Influência africana na culinária brasileira

Culinária Afro-brasileira

A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e portuguesa.
Por volta do século 16 à alimentação cotidiana na África, que foi incorporada à comida brasileira pelos escravos, incluía arroz, feijão, sorgo, milho e cuscuz. A carne era predominante de caça (antílopes, gazelas, búfalos e aves). Os alimentos eram preparados assados, tostados ou cozidos. Como tempero utilizava-se pimentas e óleos vegetais como o azeite-de-dendê.


A alimentação dos escravos nas propriedades ricas incluía canjica, feijão-preto, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas, farinha de mandioca e o que conseguisse pescar e caçar; e nas pobres era de farinha, laranja e banana. Os temperos utilizados na comida eram o açafrão, o óleo de dendê e o leite de coco. O cuscuz já era conhecido na África antes da chegada dos portugueses ao Brasil, e tem origem no norte da África, entre os berberes. No Brasil, o cuscuz é consumido doce, feito com leite e leite de coco, a não ser o cuscuz paulista, consumido com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. O leite de coco é usado para regar peixes, mariscos, arroz-de-coco, cuscuz, mungunzá e outras iguarias.


A feijoada que hoje é o prato nacional do Brasil. É basicamente a mistura de feijões pretos, carne de porco e farofa. Começou como um prato português que os escravos negros modificaram: os donos de escravos davam as partes pobres do porco aos escravos e estes misturavam estas partes com feijão e farinha.




Música e dança


A dança originou-se na África como parte essencial na vida das aldeias. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em torno dos bailarinos. Todos os acontecimentos da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é aparte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses, uma colheita farta.
 As danças africanas variam muito de região para região, mas a maioria delas tem certas características em comum. Os participantes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam só ou em par. As danças chegam a apresentar algumas vezes até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar-se. A dança interrompe a monotonia e estrutura do tempo. Assim como uma canção, a dança é uma forma de contar histórias.

Ao longo dos anos a dança começou a ser modelada e encaminhada a diferentes estados. A sua trajetória teve início com o fim da escravidão, e em meados dos anos 20 e 30 do século passado, os negros começam a migrar para o Rio de Janeiro deixando marcas do samba e umbanda.



Depois que a umbanda alcançou um devido status, o candomblé tornou-se referência e a dança passa a ser visualizada de maneira marginalizada e é desprezada, por estar quase sempre associada a uma adoração de deuses africanos. A dança africana não foi a única a ser desprezada inicialmente, mas como todas as outras ela teve seu reconhecimento e é uma das mais populares atualmente.

  
Danças afro-brasileiras

Baiano/ baião - de pares
bambelo ou coco - de zambê-de roda bate-baú-de roda
batuque-de-fileira
calango-de-pares
carimbó-de-roda
caxambu-roda
frevo-individual
jongo-de-roda
lundu-de-pares
macunlelê-de-fileira
mineiro-pau-de-pares
pagode de Amarante de fileira
partido-alto-de-roda
samba-de-roda
Lambada
Maxixe
Ijexá
Maracatu
tambor-de-crioula-de-roda.



Instrumentos afro-brasileiros

  Afoxé
Agogô
Atabaque
Berimbau
Tambor
Xequerê






Cultura Afro-descendente no Brasil

   A cultura africana foi trazida para o Brasil durante o longo período de escravidão pelo trafico negreiro. A cultura brasileira teve origem a partir da mistura com as diversas etnias dos escravos que foram trazidos de lugares diferentes, junto com a indigena e as dos portugueses. Os africanos trazidos para o Brasil incluindo bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem as religiões afro-brasileiras. Assim como a cultura indígena, a africana foi suprimida pelos colonizadores. Nas colônias os escravos aprendiam portugueses, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.



Os africanos contribuíram para cultura do Brasil em vários aspectos: religião, dança, música, culinária e idioma. Essa influencia é notada em alguns estados do nosso país como: Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude da migração dos escravos.
  



Religiões Afro-brasileiras

Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encataria europeia, assim como da pajelança ameríndia. O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.
 Imagem: Batuque


Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religiosas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).


As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas como se nota em práticas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). Enquanto o Catolicismo nega e existência de orixás e guias, as igrejas pentencostais acreditam na sua existência, mas como demônios.
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.


Religiões afro-brasileiras
  • Babaçuê - Pará
  • Batuque - Rio Grande do Sul
  • Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
  • Candomblé - Em todos estados do Brasil
  • Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
  • Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
  • Macumba - Rio de Janeiro
  • Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
  • Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
  • Tambor-de-Mina - Maranhão
  • Terecô - Maranhão
  • Umbanda - Em todos estados do Brasil
  • Xambá - Alagoas, Pernambuco
  • Xangô do Nordeste - Pernambuco
  • Confraria
  • Irmandade dos homens pretos
  • Sincretismo

Nelson Mandela

Nelson Rolihlahla Mandela é um importante líder político da África do Sul, que lutou contra o sistema de apartheid no país. Nasceu em 18 de julho de 1918 na cidade de Qunu (África do Sul). Mandela, formado em direito, foi presidente da África do Sul entre os anos de 1994 e 1999.

Luta contra o apartheid

O apartheid, que significa "vida separada", era o regime de segregação racial existente na África do Sul, que obrigava os negros a viverem separados. Os brancos controlavam o poder, enquanto o restante da população não gozava de vários direitos políticos, econômicos e sociais. 

Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. No ano de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no Congresso Nacional Africano (movimento contra o apartheid). Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.

Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, em 1955, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista.

Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em 21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestante negros, matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema.

Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como "Lança da Nação". Passou a buscar ajuda financeira internacional para financiar a luta. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações armadas.

Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Neste 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo. 

Com o aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano). Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.

Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos. 

Com o fim do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de várias organizações sociais em prol dos direito humanos. Já recebeu diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento de sua vida de luta pelos direitos sociais.

Algumas frases de Nelson Mandela

- "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos." 
- "Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação." 
- "Não há caminho fácil para a Liberdade." 
- "A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre." 
- "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias." 
- "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo." 

Dia Internacional de Nelson Mandela

- A partir de 2010, será celebrado em 18 de julho de cada ano o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembléia Geral da ONU e corresponde ao dia de seu nascimento.




















( Completados em 18 de julho de 2010 )

O líder sul-africano Nelson Mandela completou 92 anos  e celebrou o aniversário ao de familiares e amigos em sua casa, em Joanesburgo. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, disse que Mandela é um símbolo da unidade do país e um ícone anti-apartheid, regime de segregação racial adotado na África do Sul de 1948 a 1994.