domingo, 24 de outubro de 2010

Dia da Consciência Negra e o herói chamado Zumbi


Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência anti-escravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.

O nome Palmares foi dado pelos portugueses, devido ao grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.

O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital, era Macaco, na Serra da Barriga.

A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.

O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.

A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

Explorando o Texto

1- Quem foi Zumbi?

2- Em que ano Zumbi nasceu?

3- Zumbi  foi capturado quando garoto por soldados. Por quem ele foi criado? 

4- Qual nome recebeu ao ser batizado com seus 12 anos de idade?

5- Com quantos anos de idade Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo?

6- Qual o significado do nome "Zumbi"?


7- Em que consistia o Quilombo dos Palmares? 

8-  Como Palmares era conhecido nos engenhos e senzalas?  

9-  O que se plantava em Quilombo dos Palmares?

10- A quem foi atribuído a tarefa de destruir Palmares?

11- Em que dia e ano Zumbi foi localizado morto?

12- O que celebramos no dia 20 de novembro?

13- Qual o motivo e objetivo da celebração dessa data?

Projeto: "Com o pé no Brasil e o coração na África"




Tratar da importância e valorização da cultura negra dentro da escola, criando espaços para manifestações artísticas que proporcionem reflexão crítica da realidade e afirmação positiva dos valores culturais negros pertencentes a nossa sociedade é o que propõe o projeto Com o pé no Brasil e o coração na África, realizado com alunos das turmas D, E1. E2, F1 e F2 do Ensino Fundamental da Escola Municipal Ana das Neves de Freitas.





"Com o pé no Brasil e o coração na África"


Na escola, valores sociais e morais são reforçados e também é nela que muitos preconceitos são perpetuados de forma quase imperceptível. Portanto é também na escola que se deve propiciar a reflexão crítica sobre esses valores.

     A escola sempre pintou a África pobre, sem histórias próprias, com uma população subalterna, sem-cultura e escravizada. Precisamos urgentemente reverter esse quadro. E esse projeto pedagógico surge para tentar tirar do anonimato a verdadeira história da África e de seu povo, bem como abrir um leque de discussões em torno da diversidade cultural existente em nosso país, a fim de que essa diversidade seja respeitada e valorizada.

     Assim, dentro da proposta de trabalhar na escola a valorização da cultura afro-brasileira, professores de História e Geografia, Inglês e Artes juntamente com alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Ana das Neves de Freitas, em Goiânia, envolveram-se na realização de um projeto que busca promover um espaço cultural para trabalhar  conteúdos e expressões da arte e cultura negra, desenvolvendo atividades variadas em que são abordadas:
 - A Musicalidade de contextualização negra
 - A Coreografia
 -  O Teatro
 - A Biografia de Nelson Mandela
 - A História de Zumbi
 - A beleza negra


     A elaboração e desenvolvimento desse projeto de história, arte e cultura negra visam a atender dois pré-requisitos básicos: o exercício da cidadania e vivência dos valores através da apropriação do conhecimento histórico, da arte e da cultura, como ferramentas necessárias para estar num mundo formado por sociedades que usam o preconceito como instrumento das esferas de diferenças sociais e, ainda, o resgate da herança africana, cuja história fora esquecida e ignorada ao longo do tempo.



     O projeto tem por objetivo favorecer o desenvolvimento da expressão corporal, oral e cultural dos alunos, através de momentos de interpretação (monólogos), coreografias, músicas, teatro, poesias, e a valorização estética negra, para a ampliação dos conhecimentos e formação de hábitos e atitudes fundamentais nos valores éticos.

Propõe-se, ainda, dar a conhecer, através de demonstrações culturais, de atividades teatrais e de interpretação alguns aspectos importantes do contexto da escravidão negra, ressaltando os valores que impulsionaram e orientaram a sua vida e a formação de sua identidade.

Com este conhecimento, vivenciar e valorizar a cultura negra através da História sobre a Formação do Povo Brasileiro,  como forma de identificação e resgate da auto-estima do aluno afro-descendente. 

Por meio de atividades artísticas, busca-se desenvolver ações transformadoras, projetando o respeito como prática fundamental e essencial para mudar as pessoas e, conseqüentemente, a sociedade.

Duração do projeto: 1 mês
Culminância: Dia 29 de novembro de 2010. 







"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,
por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender,
e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."

Professora Célia Regina

sábado, 23 de outubro de 2010

Textos a serem trabalhados no projeto " Com o pé na Brasil e o coração na África"

Sou Negro porque encaro minhas origens

Não precisa ter cor, nem raça, nem etnia.
É preciso amar
É preciso respeitar
Não sou negro porque minha pele é negra
Não sou negro porque tenho cabelo embolado de “pixain”
Não sou negro porque danço a capoeira
Não sou negro porque vivo África
Não sou negro porque canto reggae.
No sou negro porque tenho o candomblé como minha religião 
Não sou negro porque tenho Zumbi como um dos mártires da nossa raça.
Não sou negro porque grito por liberdade 
Não sou negro porque declamo Navio Negreiro 
Não sou negro porque gosto das músicas de Edson Gomes, 
Margareth Menezes ou Cidade Negra.
Não sou negro porque venho do gueto.
Não sou negro porque defendo as idéias e Nelson Mandela 
Não sou negro porque conheço os rituais afro.
Sou negro porque sou filho da natureza
Tenho o direito de ser livre.
Sou negro porque sei encarar e reconhecer as minhas origens.
Sou negro porque sou cidadão.
Porque sou gente.
Sou negro porque sou lágrimas
Sou negro porque sou água e pedra.
Sou negro porque amo e sou amado
Sou negro porque sou palco, mas também sou platéia.
Sou negro porque meu coração se aperta
Desperta,
Deseja,
Peleja por liberdade.
Sou negro na igualdade do ser
Para o bem à nossa nação.
Porque acredito no valor de ser livre
Porque acredito na força do meu sangue numa canção que jamais será calada.
Sou negro porque a minha energia vem do meu coração.
E a minha alma jamais se entrega não.
Sou negro porque a noite sempre virá antecedendo o alvorecer de um novo dia.
Acreditando num povo afro-descendente que ACORDA, LEVANTA E LUTA.


de Genivaldo Pereira dos Santos
Floresta Azul - BA - por correio eletrônico







África

Sou Negro
Sou Banto
Sou Sudanês
Sou gente
Sou pessoa
Minha Pátria: O mundo
Minha terra: Áfricas.
Tenho identidade
Tenho nome
Nasci do ventre
Nasci gente
Sou Negro
Negro Africanidades.
Negro por natureza.
Sou Negro
Tenho cultura.
Tenho história
Sou negro
Sou pessoa como você.
Sou negro
Voce!!!!
Negro eu sou.
Você eu não sei.
Honro a minha cor
A minha raça.
Negro de verdade
de lutas.
de histórias
Não sou negro de escravidão
Sou Negro de raça
de vida
Negro de história.
Negro que colonizou o mundo.
NEGRO COM MUITA HONRA.
Negro das Minhas Áfricas.




Olhos Coloridos
Sandra de Sá
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir

Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar

Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso

A verdade é que você,
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo
Sarará crioulo, sarará crioulo (2x)



Mama África
Chico César
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)

Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você...

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...

Quando Mama sai de casa
Seus filhos de olodunzam

Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...

Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama...

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)

É do Senegal
Ser negão, Senegal...

Deve ser legal
Ser negão, Senegal...(3x)

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo o dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)

Mama África
A minha mãe
Mama África
A minha mãe
Mama África...
 

de Genivaldo Pereira dos Santos
Floresta Azul - BA - por correio eletrônico

Aulas Usando a Informação como Fonte de Conhecimento


Uma geração que busca o conhecimento


"O conhecimento nos faz responsáveis."


"A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo,
uma vez possuído."

"O homem sereno descobre em si mesmo a fonte da felicidade e do conhecimento, fonte que nunca seca."



"Todo o conhecimento é uma resposta a uma pergunta."



"A mente que se abre a uma nova idéia jamais
voltará ao seu tamanho original."



"Informáção é Conhecimento"





Caminhos Para o Saber

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Contribuições das Antigas Civilizações para a Sociedade Contemporânea

Do pãozinho às guerras: a Antiguidade influencia nosso cotidiano em vários campos.Quando estudamos as civilizações da Antiguidade, muitas vezes não sabemos por que razão temos que compreender muitos dos hábitos e tradições arraigadas entre povos que viveram há tanto tempo atrás. Contudo, existe uma série de coisas que nos pode indicar que nossa era tão “moderna” e “tecnológica” deve muito para as idéias que surgiram há vários séculos. Se examinarmos bem, a Antiguidade está presente até no café da manhã, já que o pão é uma invenção dos egípcios.No campo militar, os antigos puderam nos oferecer grandes contribuições na hora de dominar os inimigos. Os babilônios, por exemplo, foram os primeiros a aproveitar os seus conquistados para formarem uma rentável força de trabalho com a adoção do escravismo. Por outro lado, os gregos quiseram melhorar os planos quando entravam em choque com os inimigos criando a chamada falange: um grupo de soldados bem munidos que ataca de maneira sincronizada.Na hora de construir, contar e transportar devemos nos lembrar das contribuições obtidas nas ciências exatas e na engenharia. Antes do fim do século XIX, a pirâmide de Gizé ocupou durante quatro mil anos o posto de construção mais alta de todo o mundo. Já os sumérios, preocupados com o gasto de suas obras, desenvolveram a primeira calculadora do Mundo Antigo. Os fenícios, antes da tal globalização, criaram embarcações ágeis que os permitiam realizar comércio com vários povos estrangeiros.Hoje em dia, muitos apontam para os benefícios estabelecidos pelo regime democrático em nosso país. Contudo, mesmo tendo influência dos ideais do liberalismo, várias de nossas ações políticas e institucionais foram, em certa medida, experimentadas pelos gregos. Em Atenas, os legisladores Clístenes e Péricles lançaram as bases de uma nova forma de governo que inspirou nossa democracia moderna. Além disso, foram os primeiros povos a criarem concursos para a ocupação de cargos públicos.Atualmente, a grande disponibilidade de recursos estéticos, cirúrgicos e terapêuticos para cuidar do corpo nos leva a crer que pertencemos à era do “culto ao corpo”. Contudo, não podemos pensar que os antigos não tinham suas preocupações e vaidades. No campo das artes, os greco-romanos desenvolveram técnicas de reprodução corporal que, passados dois mil anos, impressionavam os renascentistas. Na medicina, os egípcios se aventuravam na realização de várias cirurgias, inclusive, cerebrais. Essas são apenas umas das poucas comparações que nos mostram a riqueza de capacidades e invenções que marcaram a Antiguidade e influenciam o mundo de hoje. Se possível fosse, haveria ainda outras discussões e análises que nos mostrariam que os povos do passado disponibilizaram conhecimento que, de forma alguma, pode ser considerado inferior em relação ao saber produzido na contemporaneidade.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Antiga India

 


Localização


A Índia, berço de uma grande civilização, está localizada ao sul da Ásia. Devido a sua situação geográfica, durante longo tempo ela ficou distanciada dos demais povos. Foi, como a China, a longínqua região onde foi intenso o comércio das especiarias, durante a Idade Média e começo dos tempos modernos, influindo, inclusive, nas Grandes Navegações.



É também um mérito dos hindus a invenção dos algarismos, mais tarde divulgados pelos árabes.


Origens

Entre os povos que habitavam a antiga Índia, sobressaíram os drávidas, por volta de 2000 a.C. Eles eram bons agricultores, já conheciam sistemas de irrigação e foram hábeis comerciantes. Moravam em cidades com largas estradas, casas de pedra bem arejadas, demonstrando preocupação com a higiene e a parte sanitária. Porém, esse povo não soube opor resistência aos invasores e, por isso, por volta de 1750 a.C. até 1400 a.C., foi escravizado por tribos arianas vindas do norte que invadiram a região de Pendjab (região dos cinco rios), próxima ao rio Indo.

Índia, uma Civilização Singular

Em 2.500 a.C., os dravinianos, um povo de pele morena que habitava a Península Indiana, já cultivavam o arroz, alimento que rapidamente se espalhou para o resto da Ásia.
Por volta de 2.000 a.C., vindos do interior do continente, os arianos, de pele mais clara, invadiram o norte e dominaram a península. Do confronto das culturas draviniana e ariana nasceu a civilização hindu.
Tinham como língua o sânscrito e como religião o vedismo. De acordo com os textos sagrados, cada um nasce predestinado a pertencer a uma das castas sociais.


Sociedade

Os arianos tomaram as terras dos drávidas, escravizaram-nos, e se fixaram como classe dominante no poder, na religião, no domínio militar. Totalmente dominados, restou aos drávidas apenas o trabalho e a submissão. As tribos arianas eram chefiadas por pequenos reis chamados rajás e às vezes, por marajás, que eram reis com poderes maiores.
sociedade se organizou em base de castas (classes sociais sem possibilidades de mudança). Era proibido, por exemplo, para uma pessoa de uma classe social casar-se com outra pessoa de diferente classe ou posição social. Quem nascia numa classe social permanecia nela até morrer. As classes (castas) estavam ligadas à religião e às diferentes profissões. Acreditavam que as classes sociais saíram do corpo do deus Brahma.
As classes permaneciam fixas, sempre na mesma posição social. Qualquer desrespeito a uma casta superior era punido com a expulsão do indivíduo da sua casta ou rebaixamento para a condição de pária. Uma vez expulso, era submetido aos trabalhos mais humilhantes e considerado um impuro ou pária.
Era hábito entre os hindus banharem-se nas águas do rio Ganges (rio sagrado), mas os párias eram proibidos de se banhar, de frequentar os templos e até de ler os ensinamentos sagrados.

Castas Sociais

I. Brâmanes – líderes espirituais que exerciam também atividades médicas ou administrativas. Eram venerados como a casta mais pura.
II. Guerreiros – ocupavam altos cargos, militares ou civis.
III. Artesãos – formavam, ao lado dos mercadores e dos camponeses, o grupo dos trabalhadores braçais. Alguns artesãos enriqueciam como exportadores de jóias, metais e especiarias.
IV. Servidores – trabalhadores menos qualificados.
V. Intocáveis – considerados "impuros" pela religião: eram aqueles que lidavam com restos de animais mortos, dejetos humanos(curtidores, sapateiros, coveiros e limpa-fossas).
A ascensão social era impossível, mas os humildes acreditavam reencarnariam numa existência superior após a morte, para compensar seus sofrimentos na vida passada.


O sistema de castas (Varnaindiano é dividido de acordo com a estrutura do corpo de Brahma. As quatro principais castas são:





À margem dessa estrutura social havia os cordeiros, que vieram da poeira debaixo do pé de Brhama. Mais conhecidos como párias, sem casta, eram considerados os mais atraídos por todas as castas. Hoje são chamados de haridchensharyens ou dolit. Com o passar do tempo, ocorreram centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.
A origem do sistema de castas é certa. Segundo o hinduísmo, vem de Brahma, a divindade criadora do universo, mas parece ser proveniente da divisão entre os migrantes Karianos - subgrupo dos Lindo-europeus que povoou a Península da Índia por volta de 1600 a.C., vindo do norte, pelo Punjabe - e os nativos (dasya), que se tornaram escravos. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos mexicanos, o Manue, possivelmente escrito entre 800 a.C. e 250 a.C


Religião



Os nativos do vale do rio Indo adoravam a mãe-terra, dona da vida. Depois, os arianos introduziram o culto ao céu, ao Sol, à Lua, ao fogo, à chuva e às tempestades. Logo depois se afirmaram no bramanismo, religião que prega as castas e que se tornou oficial na Índia, conforme está escrito nos livros Vedas (Saber Sagrado), Shiva(o Destruidor) e Vishnu (O Conservador). O conjunto dessas três divindades tem o nome de Trimurti. Segundo essa religião, a alma é imortal e todo o ser humano renasce logo após a morte, reencarnando ora em homem, ora em animal. Assim, através de reencarnações, as pessoas vão se aperfeiçoando espiritualmente até chegar ao Nirvana, uma condição de perfeição que identifica o homem com o deus Brahma. Desse modo, a religião levava as pessoas a aceitar passivamente sua condição social como um estágio natural, porque depois da morte teriam a oportunidade de renascer numa casta superior se tivessem praticado o bem em vida. Todavia, corriam o risco de descer à condição de párias ou de animais se tivessem feito o mal.

Budismo


No século VI a.C.Buda, um iluminado, um nobre do Nepal, descontente com os preceitos bramanistas, resolveu iniciar uma reforma religiosa, sem distinções de castas.
Buda abandonou a sua casa, seu conforto, para mudar de vida e pregar uma religião. Fez penitência nos bosques, colocou uma veste simples como de um mendigo, cortou a barba e o cabelo e se entregou a profundas meditações.
Por seis anos viveu longe de todos, fazendo jejuns e meditações, até que um dia, sentiu e viu, com muita clareza, que a vida conduzia à liberdadee ao fim do sofrimento. Voltando ao convívio com os homens, começou a pregar sem distinção de casta, ensinando que o ódio não se vence com o ódio mas com o amor e só quem aprendeu a renunciar à riqueza e aos grandes sucessos poderá encontrar a paz, a tranquilidade e entrará no Nirvana. O budismo teve muitos adeptos, principalmente nas classes pobres, mas ganhou muita força após a morte de Buda. A religião se estendeu por toda a Ásia, chegando até o Japão. Hoje é a religião com cerca de três milhões de asiáticos.


Atividades sobre o texto
- Escreva com suas próprias palavras, o que você entendeu em relação aos respectivos itens abaixo:
  • Localização da Antiga Índia
  • Atividades econômicas
  • Características dos dravinianos
  •  Características dos arianos
  • Civilização Indiana
  • Organização da sociedade
  • Divisão do Sistema de Castas
  • Bramas
  • Xátrias
  • Vaixás
  • Sudras
  • Párias
  • Religião
  • Budismo